Lançamento
No mês do orgulho LGBTQIAPN+, é com grande entusiasmo que apresento meu livro, intitulado Ma: Eu. Mulher. Trans.
Nesta obra, compartilho minha emocionante autobiografia, explorando os desafios, triunfos e alegrias de minha jornada como mulher trans. Além disso, o livro traz valiosas informações e reflexões sobre o tratamento e a convivência com pessoas trans. Te convido para mergulhar nas páginas do meu livro e que ao final dele que você possa me conhecer tão bem quanto eu me conheço.
Ma é um livro que nasceu da minha vontade de compartilhar minha experiência de vida, buscando promover maior entendimento e empatia em relação à comunidade trans. Ao longo das suas páginas, convido os leitores a acompanharem minha jornada de autodescoberta, desde os primeiros momentos em que me reconheci como mulher trans até as etapas cruciais de aceitação e empoderamento. Retirei o projeto do fundo da gaveta depois de algumas conversas regadas a vinho onde o tema central acabou sendo a participação da atriz e cantora Linn da Quebrada no BBB 22, onde mesmo com o pronome ELA literalmente tatuado na testa, constantemente as pessoas trocavam seu pronome, e minimizavam a situação, sem se importar como ela se sentia e o quanto isso a afetava. Mesmo fora do programa, ao conversar com amigos sobre a situação percebi que ainda era um erro muito constante e que essa exigência minima, ainda era tratada por pessoas Cisgeneras como frescura, e foi ai que eu decidi que se mesmo com tantas informações disponíveis as pessoas ainda cometiam esses erros e não entendiam a sua gravidade, talvez a minha voz precisasse se juntar a de outras pessoas trans para conscientizar e normalizar a convivência com pessoas trans.
Não é apenas um livro
Ma não é apenas um livro; é um manifesto de aceitação, um grito de liberdade e uma demonstração de coragem. Onde busco não apenas compartilhar minha história pessoal, mas também busco conscientizar e ao mesmo tempo desarmar os leitores sobre a experiência trans, um tópico muitas vezes mal compreendido e estigmatizado. Um desafio para abrir a mente, a questionar seus preconceitos e a abraçar a diversidade humana em todas as suas formas. Porque eu poderia ser a moça que você permite que xinguem e agridam na rua sem motivo, eu poderia ser a moça que mesmo depois de morta, não teve seu nome respeitado, eu poderia ser a moça que não passou dos trinta e cinco anos, e na minha utopia, se com a minha história eu puder te fazer sentir a menor fagulha de empatia e respeito e por e mim e por tantas outras pessoas trans que existem por ai, eu já vou me sentir vitoriosa, se eu puder fazer você entender o peso que o preconceito tem na vida das pessoas e que todos nós podemos mudar isso, eu não vou ter muito mais o que pedir.
Com pequenas pílulas de conhecimento sempre no inicio de cada capitulo, espero melhorar a compreensão sobre o tratamento e a convivência com pessoas trans. Ao abordar esses temas, busco dissipar mitos e preconceitos, oferecendo informações fundamentadas e promovendo uma sociedade mais inclusiva e respeitosa.
Caminho mais uma vez pelos desafios durante minha infância, a sobrecarga de crescer em uma família dita tradicional e conservadora, onde a própria busca por se descobrir, em um tempo onde o acesso a informação era bastante limitado, não era apenas difícil, mas me era constantemente negado, já que nunca me foi dada nenhuma abertura para conversar a respeito das minhas duvidas, dores e medo o que me custou muitos anos até chegar o dia em que pude me olhar no espelho e ver refletida a mulher que sempre soube que eu era. Voei de novo para o outro lado do mundo, e pousei na Tailândia para fazer a cirurgia de Redesignação sexual , um momento de verdadeira transformação e de nova autodescoberta. Revivi como foi passar os últimos anos de grande retrocesso que tivemos no Brasil, passando inclusive por um assalto onde pude experimentar o terror que é ser julgada culpada unicamente por ser quem se é, sem direito a juiz e a advogado sendo garantido apenas o direito ao algoz e a dor psicológica no final da sua tortura.
Reabri as minhas feridas, me despi de verdade apenas para poder chamar um leitor ou outro de novo amigo ou nova amiga.
Neste mês do orgulho LGBTQIAPN+, convido você a mergulhar nas páginas de “Ma – Eu, Mulher e Trans” e a se inspirar em uma história de autenticidade, superação e amor. Vamos caminhar juntos rumo a uma sociedade mais inclusiva, respeitosa e acolhedora. É um lembrete de que, apesar das adversidades, podemos encontrar forças em nossas verdadeiras identidades e viver nossas vidas com autenticidade e orgulho.